Sexo seguro é o sexo sem o risco de ser contaminado ou contaminar o(a) seu(sua) parceiro(a) com doenças sexualmente transmissíveis.
Esta segurança só pode ser atingida através do sexo monogâmico com parceiro(a) sabida e comprovadamente sadio(a) ou quando o sexo é realizado sem o contato ou troca de fluidos corpóreos como esperma, secreção vaginal e sangue.
A segunda situação é obtida através do uso da camisinha, camisa-de-vênus, condom (do latim condare, que significa "proteger") ou preservativo.
É necessário observar que o uso da camisinha, apesar de proporcionar excelente proteção, não proporciona proteção absoluta (ruptura, perfuração, deslizamento, colocação inadequada etc).
É importante informar também que a proteção proporcionada pelo uso da camisinha é relativo nas doenças em que não ocorrem secreções genitais: Herpes, HPV, Sífilis, Cancro Mole, Pediculose do Pubis etc, uma vez que o agente transmissor pode estar localizado fora da área protegida pelo preservativo.
A camisinha é um objeto de material elástico, derivado da borracha (látex), relativamente resistente que envolve os genitais masculinos (mais usado) ou femininos durante o coito, impedindo o já citado contacto entre os fluidos corpóreos das pessoas que estão praticando o relacionamento íntimo.
Além da proteção contra as DST os preservativos constituem um método anticoncepcional seguro, quando usados adequadamente.
O mercado diversificou muito a industrialização das camisinhas. Hoje encontramos camisinhas texturizadas, com formatos especiais, coloridas, lubrificadas, com perfume, sabor, etc.
CAMISINHA - COMO UTILIZAR
Escolha uma marca de confiança. Carregue-a sempre com você. É recomendável ter uma ou mais unidades de reserva. Conserve-as protegidas do calor e utilize-as sempre dentro do prazo de validade.
Abra delicadamente a embalagem, cuidando para que esta operação não a danifique.
A colocação deverá ser feita com o pênis em ereção (duro). O prepúcio (pele) deverá estar tracionado e a glande (cabeça do pênis) exposta.
Deixe um pequeno espaço na ponta da camisinha. Isto é importante e pode ser conseguido comprimindo-se a extremidade da camisinha entre o polegar e o indicador e mantendo-os assim enquanto a coloca.
Encoste a camisinha enrolada na ponta da glande e desenrole-a até a base do pênis.
Se a camisinha não for lubrificada, utilize somente lubrificantes a base de água, os quais deverão ser aplicados sobre o pênis antes da colocação e/ou diretamente na camisinha após colocada.
Após o uso retire a camisinha. Dê um nó na extremidade aberta e jogue-a no lixo. Camisinha é descartável, deve ser usada somente uma vez.
No caso da camisinha romper-se ou sair durante o coito, despreze-a ecoloque uma nova.
SIDA/HIV
Sinônimos
SIDA, Síndrome da Imunodeficiência Adquirida, HIV-doença.
Agente
HIV (Human Immunodeficiency Virus), com 2 subtipos conhecidos : HIV-1 e HIV-2.
Complicações/Consequências
Doenças oportunísticas, como a tuberculose miliar e determinadas pneumonias, alguns tipos de tumores, como certos linfomas e o Sarcoma de Kaposi. Distúrbios neurológicos.
Transmissão
Sangue e líquidos grosseiramente contaminados por sangue, sêmem, secreções vaginais e leite materno.
Pode ocorrer transmissão no sexo vaginal, oral e anal.
Os beijos sociais (beijo seco, de boca fechada) são seguros (risco zero) quanto a transmissão do vírus, mesmo que uma das pessoas seja portadora do HIV. O mesmo se pode dizer de apertos de mão e abraços.
Os beijos de boca aberta são considerados de baixo risco quanto a uma possível transmissão do HIV.
Período de Incubação
De 3 meses a 10 anos (ou mais) entre a contaminação e o aparecimento de sintomas sugestivos de AIDS.
Diagnóstico
Por exames realizados no sangue do(a) paciente.
Tratamento
Existem drogas que inibem a replicação do HIV, que devem ser usadas associadas, mas ainda não se pode falar em cura da AIDS.
As doenças oportunísticas são, em sua maioria tratáveis, mas há necessidade de uso contínuo de medicações para o controle dessas manifestações.
Prevenção
Na transmissão sexual se recomenda sexo seguro: relação monogâmica com parceiro comprovadamente HIV negativo, uso de camisinha.
Na transmissão pelo sangue recomenda-se cuidado no manejo de sangue (uso de seringas descartáveis, exigir que todo sangue a ser transfundido seja previamente testado para a presença do HIV, uso de luvas quando estiver manipulando feridas ou líquidos potencialmente contaminados). Não há, no momento, vacina efetiva para a prevenção da infecção pelo HIV.
É necessário observar que o uso da camisinha, apesar de proporcionar excelente proteção, não proporciona proteção absoluta (ruptura, perfuração, uso inadequado etc). Repito, a maneira mais segura de se evitar o contágio pelo vírus HIV é fazer sexo monogâmico, com parceiro(a) que fez exames e você saiba que não está infectado(a).
Infecção por Clamídia
Sinônimos
Uretrite ou cervicite inespecífica, Uretrite ou cervicite não específica, Uretrite não gonocócica (UNG).
Agente
Chlamidia trachomatis.
Complicações/Consequências
Epididimite, proctite, salpingite e sua sequelas (infertilidade), conjuntivite de inclusão, otite média, tracoma, linfogranuloma venéreo, bartolinite, doença inflamatória pélvica (DIP), gravidez ectópica etc. Assim como a gonorréia, é uma das principais causas infecciosas de infertilidade feminina.
Transmissão
Relação sexual. Fômites.
Período de Incubação
1-2 semanas à 1 mes ou mais.
Diagnóstico
Pesquisa do agente em material uretral e/ou vaginal.
Tratamento
Antibiótico oral e local (na mulher)
Prevenção
Camisinha. Higiene pós-coito.
Candidíase
Sinônimos
Monilíase, Micose por cândida, Sapinho
Agente
Candida albicans e outros.
Complicações/Consequências
São raras. Pode ocorrer disseminação sistêmica (especialmente em imunodeprimidos).
Transmissão
Ocorre transmissão pelo contato com secreções provenientes da boca, pele, vagina e dejetos de doentes ou portadores. A transmissão da mãe para o recém-nascido (transmissão vertical) pode ocorrer durante o parto.
A infecção, em geral, é primária na mulher, isto é, desenvolve-se em razão de fatores locais ou gerais que diminuem sua resistência imunológica.
Período de Incubação
Muito variável.
Diagnóstico
Pesquisa do agente no material vaginal. O resuldado deve ser correlacionado com a clínica.
Tratamento
Medicamentos locais e/ou sistêmicos.
Prevenção
Higienização adequada. Evitar vestimentas muito justas. Investigar e tratar doença(s) predisponente(s). Camisinha.
Hepatite B
Sinônimos
Hepatite sérica.
Agente
HBV (Hepatitis B Virus), que é um vírus DNA (hepadnavirus)
Complicações/Consequências
Hepatite crônica, Cirrose hepática, Câncer do fígado (Hepatocarcinoma), além de formas agudas severas com coma hepático e óbito.
Transmissão
Através da solução de continuidade da pele e mucosas. Relações sexuais. Materiais ou instrumentos contaminados: Seringas, agulhas, perfuração de orelha, tatuagens, procedimentos odontológicos ou cirúrgicos, procedimentos de manicure ou pedicure etc. Transfusão de sangue e derivados. Transmissão vertical : da mãe portadora para o recém-nascido, durante o parto (parto normal ou cesariana). O portador crônico pode ser infectante pelo resto da vida.
Período de Incubação
30 à 180 dias (em média 75 dias).
Diagnóstico
É feito através de exames realizados no sangue do paciente.
Tratamento
Não há medicamento para combater diretamente o agente da doença, tratam-se apenas os sintomas e as complicações.
Prevenção
Vacina, obtida por engenharia genética, com grande eficácia no desenvolvimento de níveis protetores de anticorpos (3 doses). Recomenda-se os mesmo cuidados descritos na prevenção da AIDS, ou seja, sexo seguro e cuidados com a manipulação do sangue.
Condiloma Acuminado
Infecção por HPV
Sinônimos
Jacaré, jacaré de crista, crista de galo, verruga genital.
Agente
Papilomavirus Humano (HPV) - DNA vírus. HPV é o nome de um grupo de virus que inclue mais de 100 tipos. As verrugas genitais ou condilomas acuminados são apenas uma das manifestações da infecção pelo virus do grupo HPV e estão relacionadas com os tipos 6,11 e 42, entre outros. Os tipos (2, 4, 29 e 57) causam lesões nas mãos e pés (verrugas comuns). Outros tipos tem um potencial oncogênico (que pode desenvolver câncer) maior do que os outros (HPV tipo 16, 18, 45 e 56) e são os que tem maior importância clínica.
O espectro das infecções pelos HPV é muito mais amplo do que se conhecia até poucos anos atrás e inclui também infecções subclínicas (diagnosticadas por meio de peniscopia, colpocitologia, colposcopia e biópsia) e infecções latentes (só podem ser diagnosticada por meio de testes para detecção do virus).
Alguns trabalhos médicos referem-se a possibilidade de que 10-20% da população feminina sexualmente ativa, possa estar infectada pelos HPV.
A principal importância epidemiológica destas infecções deriva do fato que do início da década de 80 para cá, foram publicados muitos trabalhos relacionando-as ao câncer genital, principalmente feminino.
Complicações/Consequências
Câncer do colo do útero e vulva e, mais raramente, câncer do pênis e também do ânus.
Transmissão
Contacto sexual íntimo (vaginal, anal e oral). Mesmo que não ocorra penetração vaginal ou anal o virus pode ser transmitido.
O recém-nascido pode ser infectado pela mãe doente, durante o parto.
Pode ocorrer também, embora mais raramente, contaminação por outras vias (fômites) que não a sexual : em banheiros, saunas, instrumental ginecológico, uso comum de roupas íntimas, toalhas etc.
Período de Incubação
Semanas a anos. (Como não é conhecido o tempo que o virus pode permanecer no estado latente e quais os fatores que desencadeiam o aparecimento das lesões, não é possível estabelecer o intervalor mínimo entre a contaminação e o desenvolvimento das lesões, que pode ser de algumas semanas até anos ou décadas).
Diagnóstico
O diagnóstico é essencialmente clínico (anamnese e exame físico). Eventualmente recorre-se a uma biópsia da lesão suspeita.
Tratamento
Os tratamentos disponíveis são locais (cirúrgicos, quimioterápicos, cauterizações etc) e visam somente a remoção das lesões (verrugas, condilomas e lesões do colo uterino). As recidivas (retorno das lesões) podem ocorrer e são freqüentes, mesmo com o tratamento adequado.
Eventualmente, as lesões desaparecem espontaneamente.
Não existe ainda um medicamento que erradique o virus, mas a cura da infecção pode ocorrer por ação dos mecanismos de defesa do organismo.
Já existem vacinas para proteção contra alguns tipos específicos do HPV, estando as mesmas indicadas para pessoas não contaminadas.
Prevenção
Camisinha usada adequadamente, do início ao fim da relação, pode proporcionar alguma proteção. Ter parceiro fixo ou reduzir numero de parceiros. Exame ginecológico anual para rastreio de doenças pré-invasivas do colo do útero. Avaliação do(a) parceiro(a). Abstinência sexual durante o tratamento.
Em 2006 foi aprovada pela ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) a utilização da Vacina Quadrivalente produzida pelo Laboratório Merck Sharp & Dohme contra os tipos 6,11,16 e 18 do HPV, para meninas e mulheres de 9 a 26 anos que não tenham a infecção. Esta vacina confere proteção contra os vírus citados acima, os quais são responsáveis por 70% dos casos de câncer do colo do útero (tipos 16 e 18) e 90% dos casos de verrugas (condilomas) genitais (tipos 6 e 11).
Cancro Duro (Sífilis)
Sinônimos
Cancro duro, cancro sifilítico, Lues.
Agente
Treponema pallidum
Complicações/Consequências
Abôrto espontâneo, natimorto, parto prematuro, baixo peso, endometrite pós-parto. Infecções peri e neonatal. Sífilis Congênita. Neurossífilis. Sífilis Cardiovascular.
Transmissão
Relação sexual (vaginal anal e oral), transfusão de sangue contaminado, transplacentária (a partir do quarto mês de gestação). Eventualmente através de fômites.
Período de Incubação
1 semana à 3 meses. Em geral de 1 a 3 semanas.
Diagnóstico
Pesquisa direta do agente nas lesões. Exames sorológicos (VDRL, FTA-ABS etc)
Tratamento
Medicamentoso. Com cura completa, se tratada precoce e adequadamente.
Prevenção
Camisinha pode proteger da contaminação genital se a lesão estiver na área recoberta. Evitar contato sexual se detectar lesão genital no(a) parceiro(a).
SAIBA MAIS ACESSANDO DSTs
Fonte: http://www.dst.com.br/
Autoras: Michele e Shirlene